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A tarefa de ser pai ou mãe tornou-se “muito exigente”, causando angústias que podem levar ao adiamento da parentalidade, defendeu hoje a socióloga e investigadora Vanessa Cunha, responsável por um estudo que será apresentado na quinta-feira.

A decisão de ter filhos “tornou-se qualquer coisa de muito exigente, parece que temos de ser muito qualificados em termos parentais para assumir este compromisso”, disse à agência Lusa Vanessa Cunha do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa.

Atualmente, “há muitas pessoas que sentem insegurança acerca se vão saber ser pais, se vão conseguir exercer convenientemente este papel”, ao contrário do que acontecia na geração anterior em que a parentalidade era “assumida mais naturalmente, sem este tipo de angústias e incertezas”, explicou.

Vanessa Cunha é a investigadora responsável pelo estudo “a intenção de ter crianças e o adiamento em tempos de incerteza”, realizado em parceria com o centro de investigação da Universidade de Évora e que será apresentado na quinta-feira.

Este projeto pretende ajudar a compreender o adiamento da parentalidade em Portugal, tanto do segundo filho, o que já vinha acontecendo há alguns anos, como do primeiro, o que é uma situação recente.

“O que temos desde os anos 50 é o adiamento da vinda do segundo filho o que faz com que seja tão visível a questão do filho único na sociedade portuguesa”, um traço distintivo em relação aos vizinhos culturais da Europa do sul, explicou Vanessa Cunha.

Mas, a geração que nasceu entre 1970 e 1975 “já tem um adiamento intenso do nascimento do primeiro filho” e, num inquérito realizado em 2010, quase 30% dos homens e 20% das mulheres ainda não tinham tido filhos, segundo Vanessa Cunha.

A investigadora referiu que são muitas as razões para o adiamento da decisão de ter filhos, sendo “a insegurança financeira a questão central em jogo”.

Sendo uma decisão de longo prazo, a análise não fica pela situação económica e é cada vez mais ponderada não só em termos individuais, mas também de casal e o estudo vai analisar como as divergências são negociadas e como podem levar ao adiamento.

O facto de as conjugalidades “serem hoje consideradas, à partida, qualquer coisa que pode não ser para a vida toda conflitua com a ideia de que a parentalidade é para a vida, acha-se que ter filhos continua a ser um projeto que deve ser vivido a dois”, explicou.

A insegurança e incerteza laboral e de políticas públicas na área da família, com perda de direito a benefícios como os abonos, a dificuldade de conciliação entre vida profissional e vida da família e a falta de apoio de familiares, principalmente dos avós, são outras razões para as dúvidas.

“Este adiamento também torna a questão da transição para a parentalidade numa luta contra relógio e muitas vezes já enfrentam outras dificuldades, ao nível da fertilidade. Muitas vezes querem um segundo filho e já não conseguem”, alertou ainda Vanessa Cunha.

 

Fonte: Paula Mourato, Lusa, DN.

Grandparents Having Breakfast with Their Granddaughter

 

«Ao contrário da voz corrente, os avós são os grandes educadores da actualidade».

(Daniel Sampaio, A razão dos avós, p 15, Ed. Caminho)

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Varões e fêmeas eram os termos usados no primeiro censo realizado em Portugal, em 1864, para contar os homens e as mulheres, no total da população: eram dois milhões de varões e 2,2 milhões de fêmeas. Citando o primeiro recenseamento português – e mantendo precisamente a escrita da época – assim se resumia o estado civil: “A differença entre viuvos e viuvas é mui sensível. Ha mais de duas vezes mais viuvas que viuvos. Os homens recasam-se mais que as mulheres; as mulheres sobrevivem mais aos maridos, que os maridos ás mulheres, o que está de acordo com a maior somma de agentes destruidores que assediam o homem”.

Num só volume encadernado, com um custo total de 7295 réis por cada “1000 almas”, o primeiro censo contava três estados civis (solteiros, casados e viúvos). Aprofundavam outros detalhes como a distribuição dos homens e das mulheres no país: os “districtos” do interior eram os “mais favorecidos pelo predominio dos varões”, enquanto que os da “orla maritima” eram “aquelles em que o elemento masculino é mais escasso”.

Hoje, 147 anos passados entre o primeiro censo (1864) e o mais recente (2011), temos 15 recenseamentos (disponíveis online). O Gabinete dos Censos do Instituto Nacional de Estatística (INE) refere que estas são as operações estatísticas “mais complexas e dispendiosas que qualquer país pode realizar”. Esse peso leva a que se realizem de dez em dez anos.

O último recenseamento, realizado em 2011 e publicado no ano passado, motivou a recolha alargada dos dados do estado civil, feita pelo PÚBLICO no âmbito de um projecto de investigação em jornalismo computacional (REACTION). Outros motivos como a diminuição dos divórcios (quase 3% face a 2010) e dos casamentos (10%), ou o aumento uniões de facto (de 7% para 13%, de 2001 para 2011), justificaram a recolha dos dados e o seu enquadramento num período de tempo mais alargado.

Olhar para os números em perspectiva torna visível o peso de cada estado civil face à população. Vêem-se as oscilações entre mulheres e homens (sempre houve mais viúvas que viúvos e mais divorciadas do que divorciados, por exemplo) e vêem-se os principais picos, sobretudo nos casamentos e nos divórcios, que hoje, com mais distância temporal, podem ser explicados e justificados à luz de mudanças na lei ou da evolução da sociedade.

Recuar até às primeiras contagens de pessoas separadas ou divorciadas leva-nos até ao ano de 1900. Foi nesse recenseamento que se incluíram, pela primeira vez, os números de pessoas separadas judicialmente: eram cerca de 2500 (mais mulheres que homens). No recenseamento seguinte, que saiu em 1911 e não em 1910, dada a turbulência criada pela implantação da República, aparecem os primeiros divorciados: 2685. Assim surgia uma segunda nova categoria no estado civil que não deixaria de crescer no século seguinte: em 2011, contaram-se cerca de 594 mil divorciados, o que significa uma passagem de cinco divorciados por cada 10 mil habitantes (em 1911) para 562 por cada 10 mil (2011).

Deixar o tempo falar
“Existe uma precipitação de análise com dados de um só ano. É a tendência que deve ser lida, não um número”, sublinha Maria João Valente Rosa, demógrafa e directora da Pordata, afirmando ser necessário deixar o tempo falar. Também a socióloga Anália Torres, professora no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) e autora de livros sobre o casamento e o divórcio em Portugal, reforça a ideia. “Os comportamentos vêem-se a longo prazo”.

É nesse sentido que a quebra no número de divórcios em 2011 – a última quebra tinha ocorrido em 2005 – pode ser vista de diferentes formas. Apontar as dificuldades económicas dos casais como causa pode estar correcto, mas nada o garante. “A crise pode jogar nos dois sentidos”, sublinha a socióloga Maria das Dores Guerreiro, professora no Instituto Universitário de Lisboa (IUL-ISCTE). Ou seja, a crise pode levar casais que consolidariam a ruptura conjugal a terem de ficar juntos ou, inversamente, alimentando a conflitualidade e levando à ruptura.

Foi o tempo que mostrou a outra principal tendência: a quebra dos casamentos. “Sobretudo os católicos, porque os casamentos civis mantêm-se sensivelmente os mesmos”, sublinha a directora da Pordata. De acordo com os censos, o número de casados aumentou até 1981. É no recenseamento de 1991 que se vê a primeira quebra. Outros dados do INE mostram a descida acentuada dos casamentos nos últimos anos: em 1995, registaram-se 65 mil (69% católicos, 31% civis); em 2011 o número passou para 36 mil (40% católicos e 60% civis).

Aos vários motivos que fizeram evoluir o conceito de casamento, junta-se a mudança de percepção em relação ao tempo de vida. “O dilatar da vida faz com que se imaginem mais projectos”, diz Maria João Valente Rosa, sublinhando o facto de uma vida mais longa aumentar a esperança de a conseguir refazer, mesmo após um divórcio.

De varões e fêmeas a homens e mulheres
Paralelamente, e por trás de uma ruptura com o tradicionalismo da sociedade portuguesa, surgem novas formas de conjugalidade. “O tradicionalismo dos anos 50 e 60 estava nos valores, na família, no casamento. Quem mandava era o homem”, lembra Maria das Dores Guerreiro. Assim, termos como “varões e fêmeas” inseriam-se num contexto que só viria a conhecer “os primeiros ecos de modernidade” no início dos anos 70.

Exemplos de como era vista a mulher e o homem estão nas análises feitas no primeiro recenseamento. Explicavam-se as diferenças entre o número de mulheres e homens: “A proporção dos dois sexos está, na differença, em perfeita harmonia com os habitos e officios que um e outro tem no consorcio social, os quaes, ao passo que levam longe do logar nativo em busca de aventuras, instrucção e maior fortuna o homem, conservam a mulher mais presa ao tecto domestico.” Ou então, em 1890, e mantendo a ortografia original, explicava-se assim o maior número de viúvas do que viúvos: “Differentes rasões explicam esta differença: a mulher casa, em geral, mais nova do que o homem, e por isso tem mais probabilidades de lhe sobreviver; as viuvas tem menos facilidade do que os viuvos em casar segunda vez; e, finalmente, a vida media das mulheres é mais longa do que a dos homens.”

Outros factores externos, analisados nos censos, explicavam as variações na população, como em 1920, quando o défice se deve em parte à epidemia de gripe pneumónica em 1918 e à Primeira Guerra. “Se a vida normal do povo não voltar tam cedo a ser convulsionada por qualquer crise violenta […] e, se, como é de esperar, progressivamente forem melhoradas as condições de vida do povo, facilitando-se a nupcialidade, e, […] deminuindo-se o índice de mortalidade […] é de prever que a população do Continente e Ilhas atingirá a cifra de dez milhões de habitantes no decénio de 1980-1990”.

A população não chegou aos dez milhões nesse decénio e os termos varões e fêmeas seriam ainda utilizados até ao recenseamento de 1940. Como explica o Gabinete dos Censos, os questionários vão sendo “adaptados a cada época em que se realizam” e as estatísticas vão sendo “adaptadas às necessidades de informação decorrentes das próprias transformações da sociedade”. “Em 1940, os padrões de família eram diferentes dos de hoje e as variáveis a inquirir também”.

À margem dos registos
Os divorciados nunca deixaram de ser contados, desde 1911, mas o último recenseamento trouxe mudanças: passou a ser registado o estado civil legal e não o estado civil de facto como anteriormente. “Em 2011, a variável estado civil legal, obrigatória por regulamento comunitário, e a variável união de facto substituem a variável estado civil de facto (em 1991 e 2001)”, esclarece o o INE. Essa alteração dificulta uma comparação directa e exacta entre as mesmas categorias dos vários anos, até porque pela primeira vez passaram a ser contados os casamentos e as uniões de facto entre pessoas do mesmo sexo.

Só que os dados não contam tudo. “Há dados que não são suficientes para medir ou cobrir a população interna”, sublinha Sofia Aboim, socióloga, investigadora do Instituto de Ciência Sociais da Universidade de Lisboa (ICS). “Estávamos também à espera para saber quantos casais vivem em união de facto e esses resultados não foram publicados”. O Gabinete dos Censos esclarece que os questionários “foram objecto de apreciação” pela Comissão Nacional de Protecção de Dados, que “emitiu decisão no sentido de eliminar-se a informação respeitante às variáveis relativas a união de facto, entre pessoas do mesmo sexo e entre pessoas de sexo diferente, por se enquadrarem na esfera de dados sensíveis, designadamente de dados sobre a vida privada”.

A investigadora refere ainda existir em Portugal “um certo tabu” em estabelecer uma categorização em termos de conjugalidade. Entre os dados estatísticos, lembra Sofia Aboim, também ficam outras informações, como ser impossível hoje contar as dissoluções das uniões de facto, visto não serem registadas.

Dentro do que ficou nos registos, ao longo de 147 anos, estão várias decisões. Casar, não casar, pôr fim a um casamento, entrar numa união de facto ou voltar a casar, após ficar divorciado ou viúvo, foi o que criou e recriou milhões de famílias. O que os dados não contam são as histórias por trás de cada número.

 

Fonte: Público.

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Um estudo realizado pela Universidade do Porto a 8.647 crianças portuguesas, nascidas este milénio, indica que os meninos se queixam mais de dor do que as meninas, sendo a “dor de barriga” o principal mal de que padecem.

O estudo pioneiro em Portugal, denominado “Geração XXI”, hoje apresentado no Porto, e cujos objectivos passam por conhecer o crescimento e desenvolvimento das crianças nascidas no início deste milénio, revela que do total dos rapazes avaliados 47% queixa-se de dor nos últimos três meses, enquanto que do total das meninas, queixam-se de dor 42%.

A dor de que as crianças mais se queixam é a “dor de barriga” (52,1%), logo seguida de dor de cabeça (44,4%) e “dor nas pernas” (36%). A dor de garganta e de dentes vem logo a seguir.

Fonte: Destak/Lusa.

 

A violência doméstica contra mulheres continua a ser uma prática “generalizada, escondida e pouco comunicada” na União Europeia, constata a agência para a igualdade de género, realçando que “as vítimas não recebem apoio suficiente”.

O Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE), com sede em Vilnius (Lituânia), elaborou um relatório sobre violência doméstica contra mulheres e apoio às vítimas nos 27 estados-membros e na Croácia, a pedido do Chipre, que preside atualmente à União Europeia (UE).

Nas conclusões preliminares do relatório, a que a agência Lusa teve acesso — e que serão divulgadas online a 25 de novembro, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres –, o EIGE regista “progressos”, mas destaca que “persistem muitos desafios”.

A agência europeia aponta duas razões principais para este cenário: insuficiente número de serviços especializados para mulheres violentadas e falta de formação específica para profissionais que lidam com vítimas e perpetradores.

O EIGE lamenta, em concreto, o caráter não obrigatório da formação destinada àqueles profissionais, bem como “a inconsistência” dos programas para perpetradores.

Segundo dados do EIGE para a UE, “nove em cada dez vítimas” de violência entre parceiros íntimos (independentemente do vínculo legal e da coabitação) são mulheres e pelo menos uma em cada cinco delas será violentada durante a sua vida adulta.

Apesar dos “progressos significativos” na criminalização da violência doméstica, a prática é “pouco comunicada” e a taxa de condenações “é baixa”, quando comparada com o número de casos registados. Simultaneamente, “as sanções raramente funcionam como impedimentos”, destaca-se.

O financiamento estatal dos serviços de apoio às vítimas “é inconsistente”, considera a diretora do EIGE, Virginija Langbakk, citada nas conclusões preliminares de um relatório cuja versão final só será divulgada no final do ano.

Simultaneamente, os serviços de apoio às vítimas “não são suficientes” e têm “uma distribuição desigual pelo país”, refere Virginija Langbakk.

Entre os 27 estados-membros, 17 disponibilizam linhas de apoio para as vítimas de violência, mas em apenas seis estas são gratuitas e funcionam 24 horas por dia.

Apesar de generalizado o acolhimento às mulheres vítimas de violência entre parceiros íntimos (com três exceções), apenas cinco estados-membros disponibilizam uma casa-abrigo por cada dez mil mulheres e só em sete deles estas instituições estão espalhadas por todo o território nacional.

Só oito estados-membros e a Croácia cumprem a recomendação de fornecer “pelo menos um centro ou um serviço de aconselhamento por cada 50 mil mulheres” vítimas de violência.

Perante este cenário, o EIGE recomenda financiamento sustentável dos serviços especializados e das organizações da sociedade civil que os garantem; formação obrigatória e sistemática para profissionais que lidam com casos de violência contra mulheres; e monitorização e avaliação dos serviços de apoio e dos planos de ação nacionais.

 

Fonte: LUSA/DN.

 

25 recém-nascidos foram deixados pelas mães no Hospital Amadora-Sintra. Hospital de S. João, no Porto, recebeu 12 bebés na mesma situação.

“Correio da Manhã” escreve que o número de recém-nascidos abandonados no Hospital de Amadora-Sintra duplicou em apenas um ano. De acordo com dados revelados pela unidade de saúde, no ano passado foram 12 os bebés rejetados pelas mães, geralmente após o parto, número que subiu para 25 este ano, apesar de 2012 ainda não ter terminado. Carências económicas é o motivo mais invocado pelas progenitoras.

A norte dom País, o Hospital de S. João, no Porto, já sinalizou 12 mães que revelaram não ter capacidade para exercer a sua função parental, mais duas do que em 2011.

No Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, em Portimão, há registo de um caso de abandono (no ano passado nenhuma criança).

 

Fonte: DN.

 

Publicado originalmente no Terra

 

A pressão para ser uma mãe perfeita força mais da metade das mulheres a mentir sobre seus cuidados maternos para parecerem mães melhores do que seus pares. O website BabyCentre descobriu que 53% das mães preferem criar histórias sobre suas experiências maternas do que admitir que nem sempre tomam a atitude correta. O site entrevistou 1 mil britânicas, com o objetivo de desvendar os mitos da parentalidade. As informações são do Daily Mail.

O estudo concluiu que as mulheres não só mentem para outras mulheres, como também para os parceiros para se colocarem em uma posição de mãe superior. Um em cada três entrevistadas confessou não ser totalmente sincera com a pediatra e cerca de 71% disseram que mentem para os filhos para tornar o dia mais fácil.

A maioria das mães, nove em cada 10 entrevistadas, confessou usar a TV para manter a criança quieta. Um terço confessou deixar de contar a história para o filho antes de ele dormir e deixá-lo assistir um programa de TV, enquanto um quinto disse que, de vez em quando, substituem um jantar saudável do filho por chocolates e outros doces.

A responsável pela pesquisa, Sasha Miller, acredita que a pressçao sobre as mulheres impede que elas sejam verdadeiras sobre os desafios de ser mãe. “Lutamos todos contra o tempo, eu não acho que as mães devem se sentir mal em admitir certos delizes”, disse ela. O que mais surpreendeu a pesquisadora foi como as mães tentam manter as aparências frente a outras mulheres.

O estudo ainda apurou que dois quintos das mulheres já sentiram antiparia pelo próprio filho e fazem comparação da criança com filhos de outras mulheres.Três quartos das entrevistadas afirmaram sentir alívio por ter que trabalhar após o fim de semana.

 

Foto: Getty Images.

Impulsos de mãe

Thiago Barros, no TechTudo

O que mães não fazem por seus filhos, certo? Algumas são capazes de até mesmo invadirem o sistema online da escola para alterarem suas notas. Foi isso o que fez uma senhora, mãe de dois alunos da escola Northwestern Lehigh School. A americana Catherine Venusto conseguiu acesso à página por possuir a senha da diretora do colégio, já que também trabalhou no local por alguns anos.

Catherine Venusto, mãe de alunos que teria hackeado
o site da escola para alterar notas (Foto: Reprodução)

O principal motivo para o crime foi o fato de sua filha não ter passado em uma prova de química. Ela, então, decidiu alterar a nota da menina para garantir que ela seria aprovada. O curioso é que Venusto mexeu também nas notas de matemática do seu filho, apesar dele não precisar nem um pouco disso – a modificação foi de 98 para 99.

Mary Ann Wriggt, superintendente do colégio, foi questionada sobre as mudanças, já que seu login foi utilizado, e ela negou qualquer relação com o caso. Foi então que se iniciou a investigação. Descobriu-se a responsável por conta de um simples fato: apenas duas notas foram modificadas, justamente as dos filhos de Venusto.

Embora tenha admitido o crime, Catherine alegou não saber que o ato teria sido ilegal. Segundo ela, considerava-o apenas “anti-ético”. Mesmo assim, a instituição tem intenção de processá-la criminalmente. O colégio emitiu uma nota oficial se desculpando pelo caso e se posicionando totalmente contra a ação da mulher, garantindo que tomará as providências legais cabíveis.

Via Pavablog.


Andrezza Czech, no UOL

A introdução do livro é uma conversa por e-mail. Não há páginas numeradas, nem listas com uma série de números e porcentagens. Em “Tudo o que Você Não Queria Saber sobre Sexo” (Editora Record), pesquisas realizadas por mais de 20 anos pela antropóloga Mirian Goldenberg são traduzidas em cartuns de Adão Iturrusgarai. Usando o humor como principal instrumento para falar sobre sexo e relacionamentos, o livro reúne duas grandes pesquisas de Mirian: uma sobre fidelidade e casamento, que começou a ser realizada em 2000, e outra sobre a risada, iniciada em 2010.

UOL Comportamento: Você diz no livro que as diferenças de gênero estão desaparecendo, mas sua pesquisa mostra, por exemplo, que homens ainda acham que as mulheres são péssimas motoristas e acreditam que, entre outras coisas, o maior defeito que elas podem ter é não saber cozinhar. Estamos mesmo mais parecidos?

Mirian Goldenberg: O que os homens mais dizem sobre as mulheres é que elas são românticas, sensíveis, delicadas. Mas usar apenas essas respostas seria ficar no senso comum. Aqueles que dizem que mulheres são péssimas motoristas, por exemplo, foram poucos, mas achamos importante publicar. Isso mostra que os homens mudaram, as mulheres mudaram, mas ainda há pessoas com pensamentos muito conservadores. A semelhança entre os sexos aparece mais nas pesquisas de infidelidade e iniciação sexual. Segundo minhas pesquisas, homens e mulheres começam hoje a vida sexual em torno dos 16 anos. E o que pensam em relação à infidelidade não é tão diferente.

UOL Comportamento:  Quais foram as mais respostas mais frequentes sobre o que é ser infiel?

Mirian:  Fazer sexo com outra pessoa, trair o pacto que tem com o parceiro e mentir. Muitas vezes o que mais incomoda não é a relação sexual, é a mentira.

UOL Comportamento:  Segundo suas pesquisas, 60% dos homens dizem que já foram infiéis e 47% das mulheres assumem a infidelidade. Embora os números sejam próximos, eles justificam o ato dizendo que o fizeram por instinto, pressão dos amigos, status. Já as mulheres dizem trair por vingança, solidão, carência. Essa é a maior diferença?

Mirian:  É importante saber que esses 60% dos homens traíram mais vezes do que as mulheres. Enquanto ela traiu uma vez, o cara traiu em quase todos os relacionamentos. E há essa ideia de instinto, de ser algo da natureza deles. Para as mulheres é sempre relacionado à falta de alguma coisa, é sempre a culpa do marido. Nunca a mulher fala que traiu porque teve tesão no homem, é sempre porque não se sentia mais desejada, não tinha mais romance, o marido não elogiava mais. Esse tipo de discurso em que as mulheres não assumem a responsabilidade me chamou atenção. A culpa é sempre do cara. “Se ele tivesse me dado atenção, não trairia”.

UOL Comportamento:  As expectativas femininas são sempre muito maiores do que a dos homens?

Mirian:  Sim, elas têm essa expectativa exagerada não só em relação ao parceiro, mas também com elas mesmas. Até a parte da pesquisa sobre risada mostra que há uma série de requisitos enormes para elas poderem rir mais. Para os homens, é só beber com amigos e pronto.

UOL Comportamento:  Quando questionadas sobre o que mais invejam em um homem, mulheres responderam, entre outras coisas, liberdade, independência, liderança e até fazer xixi em pé. Já os homens disseram que não invejam nada nas mulheres. Foi uma surpresa?

Mirian:  Foi uma das coisas que mais me impactou. Quase 50% das mulheres que deram depoimento para as pesquisas falaram de liberdade. Isso foi algo que me fez pensar sobre as minhas invejas. Eu não invejo a liberdade masculina nem fazer xixi em pé, mas passei a pensar que, por exemplo, invejo o fato de os homens não terem que se preocupar com o que vestir. A mulher passa por um sofrimento cada vez que tem que se produzir, e isso é uma forma de falta de liberdade também. O corpo e a aparência são formas de prisão. O cara pode usar o mesmo terno e a mesma camisa milhões de vezes e ninguém vai reparar.  Mas é impensável uma mulher usar o mesmo vestido em dois eventos. São prisões invisíveis que acabamos criando para nós mesmas. E nós ainda não quebramos essas regras.

UOL Comportamento:  Mas a liberdade que as mulheres tanto invejam seria também a sexual?

Mirian:  Claro. Elas falam primeiro em liberdade, mas depois falam sobre separar sexo de afeto, poder ter muitos parceiros, não sofrer tanto com o fim de um relacionamento… Elas invejam essa leveza masculina em relação ao sexo. É como se as mulheres terminassem, mas ficassem anos pensando no que erraram com o ex, o que fizeram de errado, mesmo quando não queriam mais aquele homem. Para elas, parece que os homens vão adiante e não carregam essa mochila.

UOL Comportamento:  Quando questionados sobre com quantas pessoas tiveram relações sexuais, homens e mulheres agiram de formas diferentes?

Mirian: As mulheres responderam com muita precisão e mostraram um discurso de que lembram muito de todos os parceiros. Já os homens foram muito imprecisos. Isso mostra que os comportamentos mudaram, estão mais parecidos, mas o discurso continua muito diferente. Mesmo tendo menos parceiras e sendo mais fiéis, os homens ficam com vergonha de dizer que dormiram com quatro ou cinco mulheres e preferem dizer não lembram. Eles ainda acham que um homem de verdade deve ter muitas parceiras e estão sempre se comparando com os amigos.Eles se comparam o tempo todo e acham que estão em desvantagem. A socialização é tão diferente entre os sexos que a mulher não se preocupa se a amiga teve 35 parceiros e ela não.

UOL Comportamento:  Quando questionados sobre o modelo ideal de vida de um casal, uma das respostas dos homens foi ter um relacionamento aberto. Isso funciona?

Mirian:  É um ideal, mas não uma prática. Pesquiso sobre infidelidade na cultura brasileira desde 1988 e encontrei duas ou três relações do tipo nesse período. O que encontro com frequência são homens e mulheres infiéis, mas relações abertas mesmo são poucas. Na prática, o que acontece é que um é infiel e o outro não fica sabendo –ou, quando sabe, é um desastre. Alguns até praticam swing, mas isso não é uma relação aberta, só é feito o que foi combinado. O relacionamento aberto é um ideal dos anos 1960, 1970, mas o que permanece mesmo é a infidelidade.

UOL Comportamento:  Você percebe mudanças de comportamento desde o início de suas pesquisas, há mais de 20 anos, até hoje?

Mirian:  Antes não ouvia tanto as mulheres dizerem que traíam. Elas eram sempre as traídas. Hoje vejo situações que me surpreendem muito, como casos em que o marido está dormindo e a mulher encontra, pela internet, um cara que nunca viu e está em outro país. Elas consideram esse sexo virtual uma traição, mas não sei se um homem consideraria. Muitas mulheres não procuram nem sexo, apenas gostam de alguém que tenha uma conversa profunda. Também é mais frequente que uma mulher mais velha namore caras mais jovens. Hoje há também mulheres que traem os maridos com mulheres, porque acham que elas escutam mais, têm mais intimidade. E encontrei até um ou dois casos de mulheres que pagaram garota de programa. Ou esses casos não existiam antes, ou não eram revelados.

UOL Comportamento:  Aproveitando o título do livro, o que homens e mulheres não querem saber sobre sexo?

Mirian: Ambos querem saber muito, mas, ao mesmo tempo, não querem, porque isso representa mexer com um monte de estereótipos, rótulos e regras invisíveis que existem. É como se houvesse uma prisão invisível em que todo mundo tem que corresponder a um tipo de performance. Dá para acabar com essas prisões e ter uma vida sexual e afetiva muito mais divertida em vez de levar tudo tão a sério. Muito homem quer que a mulher ache graça da celulite, da gordurinha… Dar uma risada é muito mais sexy do que ficar gostosa e perfeita!  É preciso inventar uma forma de viver sua libido sem seguir regrinhas.

 

Fonte: Pavablog.

A ideia da "mulher doméstica" já não é bem aceite pelas mulheres portuguesas 

(Miguel Manso (arquivo Público)

 

 

 

 A ideia da “mulher doméstica” não seria “bem aceite” em Portugal, segundo as conclusões dos estudos disponíveis, considera a socióloga Sofia Aboim.

As famílias alemãs que cuidem dos filhos em casa e não os coloquem em infantários ou outros locais, obterão um subsídio do Estado a partir de 2013: 100 euros por cada filho entre os 13 e os 24 meses. A partir de 2014, esse subsídio aumentará para 150 euros mensais por cada filho no seu segundo ou terceiro ano de vida. É o que estipula um projecto lei que o Conselho de Ministros enviou para o Parlamento alemão.

Em Portugal, os estudos disponíveis indicam que uma medida semelhante “não seria muito bem recebida”, diz a socióloga Sofia Aboim do Instituto de Ciências Sociais (ICS). Em declarações ao PÚBLICO, esta investigadora nota que “a ideia da mulher doméstica” já não é “bem aceite” pela mulher portuguesa. O trabalho pago “foi algo incorporado pelas mulheres portuguesas e revela-se extremamente importante como meio da sua autonomia”, diz.

Frisando a diferença comparativamente à realidade alemã em que “a tradição é o incentivo da permanência da mulher em casa em vez do aumento dos equipamentos”, os portugueses, à semelhança dos escandinavos, dão mais ênfase à igualdade do género na inserção do mercado de trabalho”, refere Sofia Aboim, salientando ainda que, no âmbito das políticas públicas, se têm registado “bastantes progressos” em Portugal, como a possibilidade dos homens também poderem gozar a licença de maternidade

Na Alemanha, o anúncio das medidas de incentivo à educação das crianças em casa nos primeiros anos, foi recebido com reservas por parte de alguns sectores. Uma das principais críticas aponta o gasto público decidido por um Governo defensor da austeridade. A administração federal pagará 300 milhões de euros em 2013 e 1 100 euros em 2014.

A este motivo junta-se ainda o incentivo às mães alemãs para ficar em casa em vez de ir trabalhar fora.

Prevê-se que o projecto lei enviado para o Parlamento, deverá contar com a resistência da oposição e eventualmente também de alguns deputados da União Democrata Cristão da chanceler Ângela Merkel.

Os sindicatos da oposição acusam Merkel de “compadrio” ao desviar atenção e dinheiro das necessidades reais nas escolas públicas.

O Partido Social Democrata quer suspender a nova lei. A ministra da Família, Kristina Schröder (CDU) considera que esta legislação não é incompatível com a promoção dos jardins de infância alemães.

De acordo com as estimativas dos municípios alemães, no país há um défice de cerca de 160 000 lugares públicos para as crianças mais pequenas. Para o líder parlamentar dos Verdes, Renate Künast, o governo “agiu de acordo com uma ideologia, independentemente dos problemas das pessoas.”

Fonte: Público.

As comissões de proteção de menores acompanharam em 2011 quase 68 mil crianças e jovens em risco, com especial incidência para as idades entre os 0 e os 5 anos e os 11 e 14 anos, indica o relatório anual.

O relatório anual de avaliação da atividade das comissões, a que a agência Lusa teve acesso, revela que de um total de 67.941 crianças ou jovens acompanhados pelas 305 comissões espalhadas pelo país, 32.327 eram processos transitados, 25.134 com processos instaurados em 2011 e 5.518 com processos reabertos.

O escalão etário dos 11 aos 14 anos (18.221) foi o que registou o maior número de acompanhamentos por parte das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens seguido das idades entre os 0 e os cinco anos (18.041).

No documento merece destaque o facto de o número de crianças acompanhadas dos 0 aos dois anos (10.278) representar cerca de metade deste escalão etário e 16,3 por cento do total de crianças e jovens acompanhados.

Em terceiro lugar no total de crianças acompanhadas pelas comissões de proteção, surge o escalão etário dos seis aos 10 anos com 25 por cento (15.760), valor idêntico ao verificado em 2010.

Já no caso dos jovens dos 15 aos 21 anos, as comissões fizeram o acompanhamento de 10.954 casos (17,4 por cento), um valor inferior ao de 2010 ano em que representava 22,3 por cento (13.896) do total de processos.

Numa analise comparativa com a atividade nos últimos seis anos, o relatório revela que a maioria das crianças e jovens com processos instaurados desde 2006 são do sexo masculino.

Por outro lado, o documento indica que o escalão etário dos zero aos cinco anos tem sido aquele mais representado nos processos instaurados, seguindo-se o escalão etário dos 11 aos 14 anos.

O relatório revela ainda que, de um universo de 20.095 crianças e jovens caracterizados quanto à sua nacionalidade, 94,44 por cento são portugueses (18.978) enquanto 5,56% são oriundas de outros países europeus, da América do Sul, África e América do Norte.

Este documento será analisado hoje num encontro presidido pelo ministro da Solidariedade e da Segurança Social e que reunirá secretários de Estado de áreas como a Saúde, Justiça, Educação, Administração Local e Juventude e Desporto, assim como representantes de várias instituições sociais que trabalham no terreno.

Na quinta e sexta-feira o documento voltará a ser analisado no Encontro Nacional de Avaliação da Atividade das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens no ano 2011, que decorre em Santa Maria da Feira.

Fonte: DN.

Estudo alemão diz que os que têm filhos mais tarde conseguem níveis mais altos de felicidade após o nascimento da criança

Estudo alemão diz que os que têm filhos mais tarde conseguem níveis mais altos de felicidade após o nascimento da criança (Foto: Pedro Cunha)

Dois novos estudos quebram a linha de investigações anteriores que concluíam que as famílias com filhos eram menos felizes, mais deprimidas e tinham casamentos menos satisfatórios do que os casais sem filhos. Esta terça-feira é o dia internacional da família.

Dois estudos que analisaram um total de 130 mil adultos apontam para a conclusão de que, actualmente, as pessoas que têm filhos podem ser mais felizes do que os casais sem filhos. Uma das investigações foi realizada com casais a viver na Alemanha e no Reino Unido e outra com feita com base nas respostas das famílias norte-americanas a dois inquéritos nacionais. Os trabalhos foram apresentados no encontro anual da Population Association of America, uma organização sem fins lucrativos dedicada ao estudo de questões populacionais, e divulgados pelo jornal USAToday.

“Não encontrámos nenhuma prova que indique que o bem-estar parental diminua depois do nascimento de uma criança. Encontramos dados que confirmam que o bem-estar aumenta enquanto as pessoas estão a planear e a esperar o nascimento de uma criança e também no primeiro ano de vida do filho”, assinala o estudo realizado por investigadores do Max Planck Institute, na Alemanha. Os cientistas que analisaram “os níveis de felicidade” de casais britânicos e alemães, durante cinco anos antes de ter um filho e nos cinco anos seguintes ao nascimento, concluiram que o impacto de um filho é, de forma geral, positivo. Os níveis de felicidade dos pais foram comparados com os níveis que estas mesmas pessoas tinham quando não tinham filhos.

O estudo europeu considera que há factores, como a idade, que podem ter uma importante influência no bem-estar. Segundo explicam, as pessoas que se tornam pais em idades mais jovens têm uma maior tendência para uma redução da sua felicidade enquanto que os que têm os filhos mais tarde conseguem níveis mais altos de felicidade após o nascimento da criança. Por outro lado, os investigadores notaram ainda outro dado interessante: a felicidade vai mudando com o número de filhos. “O primeiro filho aumenta significativamente a felicidade. O segundo aumenta um pouco, e o terceiro já não aumenta de todo”, nota Mikko Myrskylä, co-autor da investigação

Felicidade dos que não têm filhos

Um outro estudo analisou os dados de dois inquéritos realizados nos EUA entre 1972 e 2008 e concluiu algo diferente. As respostas mostram que os pais eram menos felizes do que as pessoas sem filhos na década entre 1985-95 mas daí para a frente (até 2008) revelam que os pais são mais felizes.

Chris Herbst, investigador da Arizona State University e co-autor do estudo, avança com uma explicação sugerindo que o nível de felicidade dos pais não aumentou de facto. O que diminuiu, defende, foi a felicidade das pessoas sem filhos o que faz com que os pais pareçam mais felizes por comparação. Segundo este investigador, não é possível afirmar com certeza se a generalidade dos pais é menos feliz do que alguém sem filhos. Mas, adianta, “é inegável, no entanto, que ao longo das últimas décadas os pais se tornaram mais felizes do que as pessoas que não têm filhos”.

Os estudos divulgados no encontro da Population Association of America tocam um tema polémico e sugerem alguns problemas em investigações anteriores – que concluíam que as famílias com filhos eram menos felizes, mais deprimidas e tinham casamentos menos satisfatórios do que os casais sem filhos – criticando métodos de análise da informação disponível. Até agora, a maioria dos estudos indicava que a felicidade dos casais podia ser lida como um gráfico em forma de U, em que existe um pico na altura do casamento e enquanto não existem filhos, uma quebra quando eles nascem e depois uma recuperação para os níveis anteriores, à medida que os filhos vão ganhando a sua autonomia.

A notícia do USAToday foi alvo de muitos comentários e mostra como o assunto é delicado e discutível. Entre os leitores que fizeram questão de dar a sua opinião sobre o assunto há quem defenda que não seria nada sem os seus preciosos filhos e também quem festeje o facto de nunca os ter tido. Depois há ainda muitos comentadores que questionam os resultados do estudo alegando, entre outros argumentos, que a noção de felicidade inclui muitas variáveis difíceis de analisar. Por fim, há quem simplesmente conclua que esta felicidade depende acima de tudo de um ponto fulcral: ter um filho ou não o ter foi resultado de uma escolha? Se a resposta é afirmativa, provavelmente as duas partes tem motivos para estar felizes.

Fonte: Público.

 Com o divórcio de pais habituados a cuidar dos filhos, a tendência para o litígio pode acentuar-se. Associações alertam para fenómeno da “alienação parental”, que alguns dizem não existir.

Sob a vigilância de uma funcionária, numa sala de um dos edifícios da Segurança Social em Lisboa, Luís, de 48 anos, manobra um carro telecomandado. Fá-lo seguir até ao compartimento contíguo, onde o seu filho está com a avó materna, e regressar, depois, à sala onde se encontra. Ele, Luís, não pode cruzar-se com a família da ex-companheira. Por isso pediu o carro a um sobrinho e o manobra, agora, entre uma e outra sala, a engolir as lágrimas e a humilhação. Tenta atrair Pedro, de quatro anos, que finalmente chega à ombreira da porta e, por uns segundos, levanta os olhos do carro para o pai. Nesse momento, a avó faz barulho com os sacos e o miúdo desaparece. Luís ouve: “Não vás embora, avó!”. A visita terminou.

A descrição é feita com base no relato de Luís. É a sua versão de um drama cuja veracidade sustenta em documentos e estudos e relatórios e notificações do tribunal e contas de advogados – “um monte de papéis inúteis” sobre os quais chora. A relação de normalidade com o filho terminou dias antes de o bebé completar os dois anos de idade. Hoje, Pedro tem cinco anos e não voltou a estar com o pai sem a vigilância de terceiros. Luís tornou-se no retrato daquilo a que alguns chamam vítima de “alienação parental” – o termo utilizado para designar o comportamento, em casos de divórcio litigioso, do progenitor que tem a guarda física do filho e que, perante a criança, procede a uma permanente desqualificação do outro progenitor, ao mesmo tempo que procura obstar ao contacto entre ambos, com a intenção de provocar o corte dos vínculos afectivos que os unem.

Nas vésperas do dia Internacional de Consciencialização da Alienação Parental, que se assinala dia 25, o problema mobiliza várias organizações. Entre elas os dirigentes das associações Para a Igualdade Parental (APIP) e da Pais Para Sempre (APPS), que citam dados oficiais para lembrar que, só em 2010, houve 27.556 divórcios em Portugal e deram entrada nos tribunais 16.836 processos de regulação do exercício das responsabilidades parentais e 11.283 processos por incumprimento do regime acordado (de contactos ou de pagamento de pensões de alimentos). “Com o divórcio dos homens da geração pós-25 de Abril, que foram educados num ambiente de partilha, com as mulheres, das tarefas domésticas e dos cuidados dos filhos, a tendência é para que cada vez mais pais reclamem a sua guarda, o que pode potenciar os conflitos”, afirma Ricardo Simões, da APIP.

O conceito de alienação parental, contudo, é controverso. Aparentemente, a alienação parental existe e começa a ser reconhecida: o termo aparece cada vez com maior frequência em sentenças dos tribunais, como motivo para a inversão da guarda física das crianças. Os juízes que procuram utilizá-lo, no entanto, enfrentam a aguerrida e sistemática contestação de um grupo de especialistas, cujos rostos mais mediáticos são Clara Sottomayor e Dulce Rocha, ambas fundadoras da Associação Portuguesa de Mulheres Juristas, a primeira professora de Direito na Universidade Católica e a segunda presidente executiva do Instituto de Apoio à Criança.

Não é fácil explicar em poucas linhas o motivo da controvérsia, comum a Portugal, aos Estados Unidos, a Espanha e ao Brasil, por exemplo. De uma forma simplista, pode afirmar-se que a contestação se baseia em três factores: na designação original, que é “síndrome da alienação parental”, indicando um comportamento patológico; no facto de o conceito não ser reconhecido como válido por qualquer autoridade de saúde; e por o termo ter sido criado por um psiquiatra dos EUA permissivo em relação aos contactos sexuais entre pais e filhos, Richard Gardner, cujas teorias, denuncia Clara Sottomayor, “têm uma origem sexista e pedófila”.

O último aspecto é essencial, também, para Dulce Rocha, que não se limita a contestar a validade do conceito e nega mesmo a possibilidade de uma mãe tentar quebrar o vínculo entre pai e filho com outra intenção que não a da protecção da criança face a uma ameaça que pelo menos julga real. Apontando casos de erros judiciários, ambas consideram que a alegação de “alienação parental” “é usada para encobrir abusos sexuais dos filhos pelos homens” e constitui uma “discriminação das mulheres, encaradas como loucas, perversas, histéricas e manipuladoras”.”Ridículo”, reage Maria Saldanha, psicóloga e presidente do Instituto Português de Mediação Familiar. Pioneira no tratamento do tema da alienação parental em Portugal, defende a necessidade de, pelo contrário, proteger a relação da criança com o pai de falsas acusações de abuso sexual. A psicóloga chama-lhe “bomba atómica”. “Primeiro usam-se os argumentos do quotidiano: num fim-de-semana a criança não vai ter com o outro progenitor porque tem uma festa, no outro porque está doente, depois porque precisa de estudar…. Mas, nos casos mais graves, acabam por surgir as acusações de abuso, que têm um efeito devastador”, diz. Isto porque, confirmam os juízes, mediante aquela acusação ou da de violência doméstica, o tribunal interrompe as visitas ou estabelece um regime de encontros vigiados, como medida de protecção da criança.

Maria Saldanha considera que a lentidão do sistema “premeia o alienador”. “Por longos períodos de tempo, a criança não se encontra com um dos progenitores ou apenas o vê uma ou duas horas por semana, com vigilância, o que dá oportunidade ao outro de consolidar o processo de alienação”, acusa.

A interferência da questão do género nesta discussão é inevitável, na medida em que, no âmbito da regulação do exercício das responsabilidades parentais, os tribunais continuam a atribuir a guarda física da criança à mãe, na grande maioria dos casos, pelo que são elas que mais têm o poder de alienar. A forma como o confronto entre os direitos do homem e da mulher condiciona o debate ficou evidente em Novembro, quando duas associações interpuseram uma providência cautelar no sentido de impedir que figuras do Estado patrocinassem um congresso sobre O Mito da Síndrome da Alienação Parental. Alegaram (sem êxito) que o evento estava a ser promovido por mulheres (numa aparente alusão a também Clara Sottomayor e Dulce Rocha) que, “mais do que pró-feministas”, eram “anti-homem” e pretendiam “lançar um clima de suspeição” sobre todos os pais.

“Esta guerra ideológica em torno do tema da alienação parental, explorada por ambas as partes de forma demagógica e como se fosse um problema de género, tem sido extremamente prejudicial à defesa dos interesses da criança”, considera Catarina Ribeiro, docente da Universidade Católica e psicóloga no Instituto Nacional de Medicina Legal. Defende que o termo “é o menos importante”: “O comportamento descrito como alienação parental existe e é relevante. É verdade que em caso de litígio há acusações de abusos sexuais falsas e verdadeiras – e o que é que se faz perante isto? Não se discute como havemos de lhe chamar – estuda-se, investiga-se e criam-se condições para um despiste rápido e eficaz das falsas acusações”, defende.

Em Maio de 2009, na primeira audiência para a regulação do exercício das responsabilidades parentais, Luís tomou conhecimento de que existia uma queixa-crime contra ele, por abuso sexual. Na sessão, o acordo que vigorara até a família materna ter subtraído a criança (que passava um dia com o pai, outro com a mãe) não chegou a ser equacionado. Ficou definido que as visitas passariam a ser semanais e vigiadas. Mas nem isso aconteceu – um engano numa morada fez com que Luís só voltasse a estar com o filho nove meses e meio mais tarde.

Desde aquela data, as interrupções dos contactos, por períodos mais ou menos longos, são constantes e, nos encontros, Luís percebeu que o filho passou a chamar “pai-avô” ao seu ex-sogro. Seguindo a tese de Maria Saldanha, é uma vítima típica de alienação parental. A acusação de abusos só surgiu em contexto de litígio pela guarda da criança e acabou por ser arquivada, há quatro meses. Luís espera que esse facto permita alterar o regime de visitas. Algo que, de acordo com os princípios defendidos por Dulce Rocha e Clara Sottomayor, não deve acontecer.”Não ficar provado que houve abuso não significa que ele não tenha existido, pelo que o tribunal deve proteger a criança. Pior do que crescer sem pai é crescer junto de um pai abusador”, afirma a professora de Direito. “Mas está o tribunal a proteger a criança ao cortar os vínculos com um dos progenitores, entregando-o a alguém que, pela mesma ordem de razões, pode ser um manipulador, um abusador emocional?”, questiona António José Fialho, juiz de Direito do Tribunal de Família e Menores do Barreiro.

Interessado na questão da alienação parental e empenhado na promoção do debate, este juiz afirma que nunca utilizou aquela expressão numa sentença, mas que já se baseou no novo artigo da Lei do Divórcio, de 2008, que determina que, ao atribuir a guarda física da criança, o tribunal deve promover decisões “que favoreçam amplas oportunidades de contacto com ambos [os progenitores]”. “Não é por falta de leis que não tomamos sempre as melhores decisões, mas por falta de recursos. Já cheguei a esperar um ano e meio por um relatório de avaliação social e, neste momento, sei de exames pedopsiquiátricos marcados para 2013”, exemplifica.

No Centro de Direito da Família, em Coimbra, o procurador Rui do Carmo coordena uma equipa multidisciplinar que trabalha em várias propostas de solução para uma actuação rápida e eficaz em situações de denúncia de abuso sexual, que espera testar no terreno nos próximos meses. “Começa a cansar a permanente denúncia dos problemas, é preciso passar à acção”, critica.

No que respeita à chamada alienação parental, o presidente da Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro, defende que agir é “promover acções de prevenção, mas também aplicar as sanções previstas na lei”. E também neste campo o ano de 2008 trouxe novidades: incorre em pena de prisão até dois anos e multa até 240 dias o progenitor que de modo repetido e injustificado não cumpra o regime estabelecido para os encontros com o outro progenitor. O crime de denúncia caluniosa – neste caso a acusação falsa de abusos sexuais – é punido com pena de prisão até três anos ou multa.

Apresentar queixa, no entanto, é algo que “não passa pela cabeça” de Luís, por exemplo: “O que eu pretendo é evitar problemas, para ter de volta o meu filho”, explica. Esta semana, dizia-se esgotado: “Já não confio na Justiça, não sei a quem recorrer”.

Ricardo Simões, da APIP, admite que há muitos pais e mães que não resistem ao esgotamento provocado por estes processos. “Não se trata de desistir dos nossos filhos. Eu não desisti. Mas não podia continuar a viver o processo com a mesma intensidade – era uma questão de preservação da saúde mental”, diz Cristina, de 42 anos. O filho, agora com 15, escolheu viver com o pai depois de um mês de férias em sua casa, aos 13. Desde então, as relações têm vindo a deteriorar-se. “Começo a conformar-me com a ideia de que tenho de esperar que ele amadureça”, diz.

A “espera”, no entanto, pode não vir a ser compreendida pelos filhos. É o que diz Sara, que só em adulta soube o que se passou no tribunal, tinha ela 13 anos. “A minha mãe disse que se suicidava se lhe tirassem os filhos e eu e o meu irmão ficámos entregues a uma mulher mentalmente desequilibrada”, resume. Sara culpa a mãe e não perdoa ao pai “que se tenha rendido, que não tenha lutado” por ela “até ao limite das suas forças”.

Hoje com 42 anos, Sara diz que, se há algo que a define, é “a absoluta intolerância, aos erros, à negligência e à indiferença dos adultos em relação às crianças”. Às vezes dá consigo “a fazer coisas que aos olhos dos outros podem parecer estranhas”. Há tempos, estava num café, em Cascais, quando entrou uma mulher jovem empurrando um carrinho com um bebé recém-nascido, conta. Apesar de a criança estar a chorar, a mãe mantinha-se indiferente e Sara não se conteve. “Dirigi-me ao carrinho, peguei no bebé, coloquei-lho no colo e quando a mulher olhou para mim, horrorizada, disse-lhe: ‘O seu bebé tem fome, sede, dor ou sono. Cuide do seu filho! É sua obrigação cuidar do seu filho!'”. (Os nomes das pessoas que se declararam vítimas de alienação parental são fictícios).

Fonte: Público.

Uns consideram-nos fundamentais para incutir hábitos de trabalho e autonomia no estudo, outros acham-nos excessivos, contraproducentes e até potenciadores de desigualdades entre as crianças na medida em que umas podem beneficiar da ajuda dos pais e outras não.

O debate reacendeu-se com o recente boicote de uma associação de pais franceses aos TPC. Alegam estes pais que são cansativos e, se a criança já aprendeu a matéria na escola, então mais vale ler um livro em casa. Se não aprendeu, não vai ser em casa que o vai fazer. Vai daí declararam uma greve de duas semanas aos deveres para casa. Dias depois uma associação espanhola de pais subscreveu a posição. Os trabalhos para casa estão proibidos em ambos os países para as crianças com idades compreendidas entre os seis e os 11 anos. Apesar disso, os professores franceses e espanhóis continuam a insistir nessa prática.

Para o professor de Psicologia da Universidade do Minho e autor de livros sobre educação, Pedro Sales Rosário, os TPC têm uma função instrutiva e de promoção de autonomia: “As aulas são importantes, ensinar é importante, mas aprender é apropriarmo-nos dos conhecimentos. E essa apropriação é pessoal”, sustenta, notando que tal acontece no estudo e nos TPC. E estes são um “termómetro”: “Quando um aluno se empenha e não consegue fazer, leva as dúvidas para a aula. Existe um feedback do trabalho do aluno e do professor”.

Pedro Santos, com uma filha de sete anos, questiona se ter os pais “à mão” não será “a pior das formas de promover a autonomia”. Em casa vê o que a Mafalda sabe ou não fazer e ajuda “com dúvidas simples”. “Não creio que caiba aos pais – não me cabe certamente a mim, que não tenho competências pedagógicas para tal – substituir o papel da professora”.

Cultura de trabalho

Pedro Sales Rosário concorda que “os pais não têm de ser professores”: “Pode explicar-se coisas mínimas, mas é melhor dizer-lhes para perguntar ao professor no dia seguinte do que dar-lhes a solução”.

Importante é perceber “por que é que a criança não sabe fazer aqueles trabalhos de casa”. “Não apanhou a matéria? Esteve desatento? A pensar em quê? Por que é que não perguntou à professora? É tímido?”

Luís Marinho, coordenador do projecto “Estudar dá Futuro” – iniciativa da associação de pais do Externato de Penafirme que se organizou para apoiar voluntariamente alunos no estudo -, não vê “drama” nos TPC. Pelo contrário: “Se tiverem desde cedo uma cultura de esforço e de trabalho, mais preparados vão estar para enfrentar a realidade”.

Marinho considera que as desigualdades no nível cultural e económico das famílias não acabam com o fim dos TPC e não vê razões para “embaraços”. “O pai até pode nem saber ler nem escrever, mas sabe se o filho está no Facebook ou com um livro nas mãos. Há um sinal de disciplina que os pais têm de passar”, defende este pai, que tem uma filha no ensino básico e outra no 8.º ano.

Também a presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, Maria José Viseu, entende que os TPC “obrigam as crianças a organizarem-se”.

Ritmo de vida

Há porém a questão do tempo que as famílias têm para dedicar a estas tarefas. Pedro Sales Rosário admite que os pais chegam cansados a casa, mas insiste no esforço: “Também posso optar pela comida pré-feita, é mais rápida, estou sem tempo para cozinhar, mas depois os miúdos engordam. Também nos TPC há uma dieta de trabalho para que não tenham problemas depois”.

Quem se revê na posição dos pais franceses é Eduardo Sá, professor universitário e psicólogo clínico especializado em psicologia infantil e juvenil: “É um levantamento muito bonito”. Em 2005, Eduardo Sá foi um dos promotores do Sindicato das Crianças e uma das iniciativas foi precisamente uma greve aos TPC. Pretendia-se alertar para a importância do tempo para brincar.

Eduardo Sá frisa que “mais escola não é obrigatoriamente melhor escola”. “As crianças têm blocos de aulas de 90 minutos, muitas actividades extracurriculares. É penoso chegarem a casa e, entre o banho e o jantar, fazerem TPC. Exaustos, não vão aprender, mas desenvolver um ódio de estimação à escola”. O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Albino Almeida, também questiona: “Se na sala de aula não conseguem consolidar os conhecimentos, se no estudo acompanhado não fazem os TPC, vão fazer em casa?”.

Apesar de não ter uma posição “fundamentalista”, o coordenador do departamento de Psicologia Educacional do Instituto Superior de Psicologia Aplicada, José Morgado, não simpatiza com os TPC. Sobretudo nas idades mais baixas, “o bom trabalho na escola” devia dispensá-los: “É uma questão de saúde e qualidade de vida”, escreve no blogue Atenta Inquietude. Morgado distingue o Trabalho para Casa e o Trabalho em Casa: “O TPC é trabalho da escola feito em casa, o trabalho em casa será o que as crianças podem fazer em casa que, não sendo tarefas de natureza escolar, pode ser um bom contributo para as aprendizagens dos miúdos”.

Manuel Pereira, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, garante que os professores são incentivados a não mandarem todos os TPC “em simultâneo” e a evitarem tarefas que os alunos “não consigam fazer sozinhos e que possam potenciar as desigualdades”.

Fonte: Público.

O número de crianças e jovens em instituições de acolhimento reduziu 27 por cento nos últimos seis anos, mas ainda assim o Estado tem ao seu cuidado perto de nove mil menores, a maioria adolescentes.

Segundo o Relatório de Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens, um total de 8.938 crianças e jovens estavam em acolhimento em 2011 e destas 6.826 já tinham entrado nas instituições em anos anteriores, enquanto 2.112 iniciaram o acolhimento em 2011.

De 2006 a 2011 tem-se registado uma descida gradual na entrada de crianças e jovens nas instituições de acolhimento.

Em 2006 estavam em instituições de acolhimento 12.245 crianças e jovens, em 2007 o número desceu para os 11.362, em 2008 para 9.956, em 2009 para 9.563, em 2010 para 9.136 e em 2011 para 8.938.

O documento entregue na quarta-feira na Assembleia da República refere ainda que saíram do sistema de acolhimento em 2011 um total de 2.634 crianças e jovens, o que comparativamente com o ano anterior indica um decréscimo de saídas de 8,8 por cento.

Em relação à distribuição das crianças e jovens em acolhimento, por distrito e região autónoma, o relatório revela que são os distritos do Porto, de Lisboa e de Braga que registam números absolutos mais elevados, respetivamente, 1.805, 1.591 e 680 (em 2010, 1.708, 1.655 e 756, respetivamente).

Em contrapartida continuam também a ser os distritos de Beja, Portalegre e Évora a apresentar números absolutos de crianças e jovens em acolhimento mais reduzidos (101, 108 e 162, respetivamente).

No que diz respeito às saídas do sistema de acolhimento, são também os distritos do Porto, Lisboa e Braga que mais contribuíram para estas saídas com, respetivamente, 468, 544 e 239 crianças e jovens, seguindo a mesma tendência do ano anterior, com respetivamente 551, 618 e 196 de crianças e jovens cujos acolhimentos cessaram.

Por outro lado, os distritos de Portalegre, Beja, Castelo Branco e Guarda são os que apresentam o menor número absoluto de crianças e jovens com cessação do acolhimento (21, 26, 37 e 38, respetivamente).

Relativamente às idades, o relatório do Instituto de Segurança Social revela uma tendência que se tem vindo a afirmar ao longo dos anos, no sentido de a população acolhida ser cada vez mais velha e se concentrar tendencialmente na fase correspondente à adolescência (12-17 anos).

Os segmentos etários entre os 0 e cinco anos correspondem a 13,7% das situações (1.228), o grupo entre os seis e os onze anos representa 21,9%, (1.960) e entre os 12 e os 21 anos 64,3 por cento das situações ou seja 5.750 casos.

Quanto à distribuição por sexo, o relatório constata que pela primeira vez, em 2011, uma tendência de ligeiro predomínio do sexo masculino no universo das crianças e jovens em situação de acolhimento – 4.486 rapazes (51%) e 4.452 raparigas (49%).

Fonte: DN.

Estudos recentes nos EUA desaconselham o presente estilo de vida amorosa. Leia aqui.

As forças de segurança registaram 31.235 participações de violência doméstica em 2010, tendo o número de denúncias aumentado, em média, 12 por cento ao ano desde que passou a ser considerada um crime público.

Os dados sobre violência doméstica em 2010 são hoje apresentados pelo secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, José Conde Rodrigues, e pela secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais.

O relatório Anual de Segurança Interna (RASI) indica que, o ano passado, foram registadas 31.235 participações de violência doméstica, das quais 12.742 pela GNR e 18.493 pela PSP. Também as denúncias de violência doméstica têm vindo a aumentar em média 12% ao ano, desde que em 2000 passou a ser um crime público.

De acordo com uma informação da Secretaria de Estado da Igualdade, “o aumento de cerca de 2% em 2010 deve-se sobretudo à desocultação do fenómeno nos distritos de Vila Real, Bragança, Castelo Branco, Braga e Santarém, locais onde mais tardiamente este fenómeno se tornou visível e onde têm vindo a ser reforçadas as estruturas de prevenção e intervenção relativamente a situações de violência doméstica”.

Crimes públicos são aqueles em que, devido à sua gravidade, basta que o Ministério Público tenha conhecimento da sua ocorrência para instaurar o procedimento criminal.

Fonte: DN.

Um estudo realizado por uma Universidade Australiana revela o que faz com que um casal fique junto ou se separe, e descobriram que o amor nem sempre é o mais importante.

A idade de um casal, relacionamentos prévios e fumar são factores que influenciam o final de um casamento. São as conclusões do estudo em que foram analisados cerca de 2500 casais, entre 2001 e 2007.

O estudo também concluiu que maridos que são nove anos mais velhos do que as respectivas mulheres são duas vezes mais propícios ao divórcio, assim como aqueles que casaram antes do casal completar 25 anos.

As crianças também influenciam o relacionamento: um entre cinco casais (20%) que tiveram crianças antes do casamento – seja de um relacionamento anterior ou do mesmo relacionamento – separam-se, comparados com apenas 9% dos casais sem crianças nascidas antes do casamento.

Mulheres que desejam crianças muito mais do que os seus parceiros também são mais propensas a situações de divórcio.

Os indivíduos que estão no segundo ou terceiro casamento têm 90% mais hipóteses de se separarem do que aqueles que estão num primeiro casamento.

O dinheiro também é importante: 16% dos inquiridos que indicaram serem pobres, ou onde o marido (e não a mulher) estava desempregado,  disseram que se separaram, comparado com apenas 9% dos casais com boa situação financeira.

Casais nos quais um parceiro fumava e o outro não também eram mais propensos a divórcios.

Fonte: Ionline.


Os pais devem evitar que a ansiedade financeira criada pela situação de crise os ponha num estado de preocupação e dramatismo, dando sempre aos filhos a ideia de que há um futuro, afastando os «becos sem saída». A opinião é da Secção de Pediatria Social da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), que defende que os pais devem fugir de um estado de ansiedade «que os torne menos disponíveis e despertos para as inquietações das suas crianças», que é natural que aumentem nestes momentos.
«É uma realidade inquestionável que a crise também chegou ao universo das crianças e, para isso, muito contribui a televisão que as bombardeia constantemente com a crise financeira, o IVA, o FMI, a bolsa e o rating», assume Deolinda Barata, presidente daquela secção da SPP.

Por isso, os pais têm de estar «redobradamente atentos», mas sem privar as crianças da realidade e sem deixar de explicar a crise, com verdade.
Pode tornar-se também necessário reformular hábitos, banindo o que é supérfluo. No fundo, é educar os filhos a dar mais importância «ao ser» do que «ao ter».
Aliás, com menos capacidade de compra, Deolinda Barata prevê que os pais possam ter mais disponibilidade de tempo para o «envolvimento afectivo e emocional com os seus filhos».
«As crises, em geral, obrigam-nos a repensar os projectos de vida e a encontrar soluções mais criativas e eventualmente mais satisfatórias», defende a médica.

A especialista da SPP insiste que as famílias têm de evitar «dar uma dimensão catastrófica da vida, reforçando o conceito de que o ser humano é dotado de uma capacidade de adaptação às adversidades».
«Deve ser dado relevo a que as pessoas podem sair destas crises com aumento das suas competências relacionais, sociais e culturais», diz.

Avisa ainda que a situação financeira das famílias pode ser motivo de ansiedade entre os mais novos se os pais projectarem nos filhos as suas inquietações e angústias.
Contudo, a SPP frisa que há situações de pobreza extrema que conduzem à exclusão social e que obrigam a medidas concretas de ajuda, por parte do Estado ou do Governo, «dotando as famílias de meios que lhes permitam sair de uma situação humilhante socialmente».

Fonte: Lusa / SOL.


Gravidez na adolescência é vista por muitas raparigas como um projecto de vida, na falta de objectivos profissionais.

Todos os dias, 12 adolescentes dão à luz em Portugal. Idealizado como um projecto de vida, a maternidade transforma-se muitas vezes num “trampolim para a pobreza”, alertam os especialistas. Os estudos sobre a caracterização das mães adolescentes portuguesas indicam que a grande maioria são raparigas oriundas de famílias carenciadas, que abandonaram a escola antes do tempo.

Em Portugal, a maternidade na adolescência é vista por especialistas como um “fenómeno cultural” relacionado com a falta de objectivos. “A maior parte tem informação sobre contraceptivos e a gravidez na adolescência é um fenómeno cultural: há uma falta de objectivos profissionais e individuais e a gravidez vai surgir como um projecto de vida na ausência de outros. É isso que sucede em Portugal e que nos torna diferentes”, diz Teresa Bombas, da Sociedade Portuguesa da Contracepção, a propósito do Dia Mundial da Contracepção, hoje assinalado.

Não se sabe ao certo quantas adolescentes ficam grávidas. Os números oficiais revelam apenas quantas jovens decidem interromper a gravidez recorrendo aos serviços de saúde e quantas decidem ser mães. “Mais de 10% das interrupções voluntárias de gravidez ocorrem em adolescentes até aos 19 anos e quase 5% dos nascimentos são de jovens mães”, lembrou Duarte Vilar, director executivo da Associação para o Planeamento Familiar (APF).

No ano passado, 4347 raparigas entre os 12 e os 19 anos decidiram levar a gravidez até ao final. Em 2008, o número de novas mães adolescentes foi mais alto (4844) e, em 2006, passou as 5500, segundo dados do INE. Os números mostram que esta é uma realidade que tem vindo a diminuir, apesar de ser um processo “muito lento”. “Na década de 80, 14 a 15 mil adolescentes eram mães todos os anos”, sublinhou Duarte Vilar.

Fonte: Lusa, via DN.

Novo produto financeiro é um êxito nos EUA

Um empresário norte-americano que ficou na penúria após um longo e dispendioso processo de divórcio teve uma ideia brilhante: criou um seguro contra o divórcio. Pelo equivalente a 15 euros por mês, o casal tem direito, em caso de divórcio, a receber uma indemnização, tanto maior quanto os anos que ‘aguentar’ casado. O seguro pode ser subscrito pelos próprios ou oferecido por familiares ou amigos como… prenda de casamento.

Fonte: Correio da Manhã.



Convívio diário entre o casal pode revelar atritos desvalorizados no resto do ano.

Pode afinal a convivência de um casal em tempo de férias ser uma causa de divórcio? Os psicólogos defendem que sim, e até existem estudos que referem que os pedidos de divórcio chegam a aumentar cerca de 30% após as férias. A “obrigação” de um convívio diário serve, afinal, para redefinir estratégias que permitem continuar a relação ou para chegar à conclusão de que o casamento chegou ao fim.

“Nestes períodos, as pessoas estão obrigadas a confrontar-se pessoalmente, o que não sucede durante o resto do ano”, explica a presidente do Instituto Português de Mediação Familiar (IPMF), Maria Saldanha Pinto Ribeiro. Ora, salienta, “quando as coisas vão mal na relação, estes momentos potenciam o confronto”.

Discurso similar tem o psicólogo e sexólogo Júlio Machado Vaz, que recorda que “as férias muitas vezes servem para se fazer balanços finais”. “Sem o stress do quotidiano, as pessoas podem redefinir as estratégias e continuar a relação ou então colocar um final no casamento”, acrescenta. Júlio Machado Vaz não esquece, contudo, os casos dos que, em tempo de férias, “descobrem que a relação já chegou ao fim”.

Um dos problemas deve-se ao facto de durante os períodos de férias não existirem as “desculpas” do dia-a-dia laboral, desde os cuidados com os filhos às obrigações decorrentes do trabalho. Uma situação que não é exclusiva de Portugal. Segundo dados do Instituto de Política Familiar de Espanha, um em cada três divórcios ocorre após as férias de Verão.

Uma realidade que se transpõe para Portugal, dizem os responsáveis da Albenture, empresa que disponibiliza serviços de conciliação da vida laboral e privada dos empregados de grandes e médias empresas, entre os quais a mediação familiar. “Muitas vezes, a falta de comunicação entre os membros do casal, que dá lugar às crises que originam separações e divórcios, tem o seu ponto de partida nos núcleos familiares em que ambos trabalham fora de casa”, salienta fonte da empresa.

Para Júlio Machado Vaz, a dificuldade de convivência diária reflecte-se até na programação das férias. “Uma variante são os casos dos casais que apenas fazem férias em grupo”, adianta, explicando que “isso é uma defesa para quem já não se consegue enfrentar”.

Receitas para contornar estas dificuldades, diz Maria Saldanha Pinto Ribeiro, “não há”. “Os direitos pessoais tornaram-se mais importantes que os direitos do grupo”, pelo que “quando o casamento não traz felicidade, parte-se para outra relação”.

Fonte: Hélder Robalo, DN.

Menores dos sete aos 17 anos são o principal público-alvo de um projeto nacional para ensinar a lidar com o dinheiro, anunciou hoje a Universidade de Aveiro (UA), promotora desta iniciativa de incremento da “literacia financeira”.

O projeto, designado “Educação+” e a desenvolver em colaboração com a Caixa Geral de Depósitos, visa “contribuir para a formação de consumidores mais informados e mais conscientes da realidade financeira e dos desafios do dia a dia”, segundo um comunicado da UA.

“Nos dias de hoje, e atendendo à atual situação de crise financeira e económica, que a maioria dos países enfrenta, torna-se pertinente a discussão destes temas e a procura de novas respostas e soluções para os problemas do dia a dia”, refere a UA, ao justificar a iniciativa.

A educação financeira, como meio de melhorar a capacidade individual para lidar com as finanças pessoais é, de resto, uma preocupação central de governos e organizações internacionais como a OCDE e a União Europeia, assinala ainda o comunicado.

No âmbito do “Educação+”, “que será em breve apresentado ao Ministério da Educação”, está a ser preparada uma exposição itinerante, que se estreia a 06 de outubro em Águeda e que depois percorrerá outros municípios de norte a sul do país.

A exposição, adianta a UA, será composta por três módulos e os conteúdos desenvolvidos serão apresentados “de forma a dar ênfase à experimentação e ao jogo, como forma de estimular uma possível exploração didática destes temas”.

A outro nível, mas também no âmbito do projeto, está prevista a realização em Lisboa, no dia 28 de setembro, da II Conferência Internacional em Educação Financeira.

“Por uma educação+ financeira” é o tema desta conferência que tem como principais destinatários todos aqueles que nas instituições e empresas exercem actividade nas áreas de formação, social, comunicação e estratégia, desde quadros superiores a vereadores, gestores escolares, professores, formadores e até jornalistas.

Fonte: Ionline.

Um pai convenceu o sistema de saúde público britânico, o NHS, a financiar um tratamento que o próprio encontrou na Internet para tratar a filha, vítima de hipertensão intracraniana idiopática, uma doença neurológica rara.

Esta rara perturbação neurológica, que afeta a jovem de 18 anos Charlotte Durham, aumenta a pressão interna no cérebro, levando a dores de cabeça lancinantes e, nalguns casos, à cegueira.

O tratamento encontrado pelo pai, Andy Durham, na Internet obteve bons resultados num estudo realizado com 26 pacientes, na Grécia. Trata-se da administração de octreotide, uma substância normalmente utilizada para o tratamento de problemas de crescimento anormal e que se mostrou eficaz nestes casos de hipertensão intracraniana idiopática.

Apesar de o sistema de saúde público britânico não financiar, na maioria das vezes, a utilização da referida substância, a autoridade local de saúde concluiu que “este caso tem circunstâncias clínicas excecionais por conta da condição de Charlotte ser incomum, mesmo entre pacientes em condições similares, e ela não responder ao tratamento convencionalmente recomendado para esta doença”, explicou em comunicado.

De acordo com a BBC, Charlotte corria o risco de se submeter a uma cirurgia na qual o líquido cefalorraquidiano (LCR), que causa o aumento da pressão dentro do crânio, é drenado para outra cavidade corporal. No entanto, depois da administração da octreotide, a jovem parece estar a responder positivamente.

Segundo o neurologista Brendam Davies, da Clínica Regional de North Midlands, “o caso de Charlotte releva a necessidade de financiamento de mais pesquisas clínicas acerca de um tratamento efetivo para a hipertensão intracraniana idiopática”, uma doença que atinge, maioritariamente, mulheres jovens e com excesso de peso.

Fonte: Boas Notícias.

Mais de 30 por cento das crianças e adolescentes portugueses têm excesso de peso, segundo os resultados de uma investigação da Escola Nacional de Saúde Pública hoje divulgados.

O estudo, dirigido para o grupo etário dos nove aos 18 anos, abrangeu todos os distritos portugueses e incluiu a análise a 5708 adolescentes escolarizados.

Os resultados indicam que a prevalência de pré-obesidade infanto-juvenil é de 22,6 por cento e que a prevalência da obesidade é de 7,8 por cento.

“A investigação aponta para 30,4 por cento dos adolescentes com excesso de peso. Estes valores são muito preocupantes, porque uma elevada prevalência do excesso de peso traz consequências, como aparecimento da diabetes e de doenças cardiovasculares”, comentou à agência Lusa Isabel Loureiro, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP).

“A adolescência é uma das últimas grandes oportunidades de controlar o peso, para que o adulto não venha a tornar-se obeso”, frisou a orientadora desta investigação, cujo trabalho de recolha de dados decorreu entre 2008 e 2009.

Outro estudo divulgado este ano pela Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade revelava que quase um terço das crianças portuguesas entre os dois e os cinco anos estão em estado de pré-obesidade.

Isabel Loureiro lembra a importância de educar os “jovens que vão ser pais”: “a ideia do bebé muito gordinho deve ser acautelada”.

“É ainda necessário ajudar as crianças a terem uma boa relação com a comida e não ter com ela uma relação de compensação emocional”, alertou.

Fonte: Público.

Notícia lamentável e inacreditável. Aqui.

Em Itália já há cursos para ensinar os sogros a não interferir na vida dos filhos. E era necessário? Ler aqui.

As regras fiscais de IRS em vigor mostram que, em geral, as pessoas que apresentem declarações separadas conseguem ter uma maior poupança fiscal, quando comparadas com casados ou casais em união de facto.

Isso acontece, segundo Cristina Reis, da PricewaterhouseCoopers, porque beneficiam de maiores deduções de despesas por cada sujeito passivo (em custos como os da casa e pensão de alimentos) e de taxas marginais que podem ser mais baixas.

O casamento é mais vantajoso fiscalmente para situações em que só um dos cônjuges tem rendimentos ou em que há diferenças significativas entre os seus rendimentos, nota Luís Magalhães, responsável fiscal da KPMG.

Ambas as auditoras notam que a escolha entre o casamento e a união de facto depende sempre dos rendimentos e de outros factores, pelo que não existe uma regra universal. O regime fiscal dos divorciados é semelhante ao dos solteiros.

Fonte: SOL.

A psicoterapeuta Asha Phillips alerta no livro ‘Um Bom Pai Diz Não’, da editora Lua de Papel, que se pode estar a criar uma geração de tiranos que não sabem reagir bem a contrariedades

“Dizer não é um presente que se dá aos filhos.” É esta a teoria da psicoterapeuta infantil Asha Phillips, que confrontada no seu trabalho com a dificuldade de alguns pais em impor limites, resolveu escrever um livro sobre o tema.

“A ideia surgiu porque tinha muita dificuldade em dizer não às minhas filhas. Depois, no meu trabalho no hospital, com famílias com problemas, percebi que uma das principais dificuldades era impor limites. E, quando procurei livros para me ajudar, não encontrei nada. Então, pus mãos à obra”, conta a psicoterapeuta.

Ler o artigo completo aqui.

Uma série televisiva de grande sucesso em todo o mundo e que constitui a caricatura da família americana. Estreia hoje em Portugal a 17ª temporada de uma das séries mais populares da história da TV.

Ler aqui.

Suicídio e mortalidade aumenta com o desemprego, segundo estudo na União Europeia.

Ler aqui.

Alunos da Universidade de Aveiro (UA) podem, já no próximo ano lectivo, vir a habitar com famílias de idosos, trocando o preço da residência pela companhia e apoio em pequenas tarefas.

O programa da UA, designado «Proximus», arrancará no próximo ano lectivo, estando a decorrer conversações entre os Serviços Sociais da UA e as juntas da Glória, Vera-Cruz e Esgueira, que irão indicar os idosos que poderão alinhar no projecto. «A receptividade das autarquias foi excelente e o objectivo é estender o ‘Proximus’ às restantes freguesias. Mais do que uma troca de alojamento por uma ida à farmácia ou às compras, pretende-se que haja uma aproximação intergeracional», explica Hélder Castanheira, administrador para a Acção Social da UA. Numa fase inicial, o programa contempla alunos que concorram ao alojamento universitário, devendo posteriormente estar ao alcance de todos os estudantes.

Fonte: Mundo Sénior.

Pobres, desmobilizados mas, apesar disso, felizes. Somos assim, os portugueses? No final do estudo Necessidades em Portugal – Tradição e Tendências Emergentes, os investigadores viram-se perante um país socialmente muito frágil, pouco capaz de se mobilizar individual e socialmente. Mas, apesar disso, com altos níveis de satisfação e felicidade.

Há dados conhecidos que o estudo confirma – os que se relacionam com níveis de desigualdades sociais ou taxas de pobreza, por exemplo. Mas Teresa Costa Pinto, socióloga do Centro de Estudos Territoriais, do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), diz que a investigação trouxe novidades: “Algumas dimensões da privação alargam-se a outros grupos que não estariam nos 20 por cento de pobres.”

Cerca de um terço da população vive “um contexto de precariedade” e está preocupado “com a sua sobrevivência”, indicam os resultados. A impossibilidade de pagar uma semana de férias fora, manter a casa aquecida (32,6 por cento não o conseguem) ou não usufruir da baixa médica total por razões económicas ultrapassam em muito os 20 por cento de pobres. O índice resultante do inquérito diz que 35 por cento dos portugueses têm uma privação alta ou média. Mais de metade (57 por cento) tem um orçamento familiar abaixo dos 900 euros.

Confirmam-se ainda outros dados conhecidos: o universo dos mais vulneráveis (que revelam mais sentimentos negativos) coincide com os idosos, as famílias monoparentais, os menos instruídos. Há aqui duas novidades: os mais jovens começam a enfrentar situações de vulnerabilidade; e as qualificações superiores também já não garantem emprego seguro.
Estas condições deficientes ou más coincidem com o nível de satisfação com a vida: em Portugal, ele é dos mais baixos, comparado com outros países da União Europeia. Mas o grau de satisfação (6,6 numa escala de 1 a 10) está claramente acima do ponto médio da escala, tal como o da felicidade (que chega aos 7,3 em 10).

Fonte: Público.

O número de adolescentes portuguesas grávidas ainda é dos mais elevados na Europa, mas a entrega para a adopção é rara. Em Portugal, para a mãe dar consentimento de entrega para a adopção não há limite de idade e o tribunal aceita que seja aos 14 anos. Especialistas dizem que é muito cedo e que se devia esperar até a mãe ter mais maturidade para decidir.

Em 2008, registaram-se 5800 partos de mães adolescentes e 1200 abortos, um total de sete mil gravidezes. O número tem vindo a diminuir, mas ainda coloca Portugal no segundo lugar entre os países europeus com mais grávidas adolescentes. Uma realidade mais visível com o caso de Ana Rita Leonardo, a jovem de 15 anos, que luta para travar a adopção do filho de dois anos e meio e que esteve em greve de fome.

À semelhança desta adolescente, que tenta evitar que o filho seja entregue para adopção, a maioria das mães menores opta por ficar com os filhos. “São raríssimas as adolescentes que dão os filhos para a adopção”, reconhece Miguel Oliveira e Silva, obstetra que acompanha grávidas adolescentes no Hospital Santa Maria, em Lisboa.

A mesma opinião é reforçada por Sónia Lopes, da Associação para o Planeamento da Família (APF), que coordena um projecto onde estão a ser acompanhadas 40 menores grávidas da área de Marvila, em Lisboa. “Em Portugal é muito raro a entrega para a adopção”, frisa.

Isto porque, a maioria “acaba por ficar em casa dos pais e há uma certa aceitação por parte da família, que já viveu situações semelhantes”, considera Sónia Lopes. Menor é o número de jovens que tem necessidade de ser internado numa instituição.

A Segurança Social tem 11 instituições que apoiam exclusivamente mães adolescentes. E actualmente acolhem actualmente 41 jovens. O presidente do Instituto de Segurança Social, Edmundo Martinho revela ao DN que “estes números são mais ou menos estáveis” em relação a anos anteriores. As mães e as crianças que se encontram nestas instituições são consideradas de risco. E “a única hipótese disponível passa pelo acolhimento dos dois”, diz Edmundo Martinho.

Os centros de acolhimento permitem que as jovens aqui permaneçam até aos 21 anos, ou seja, “até serem autónomas”, ou até “se alterarem as circunstâncias e a família puder acompanhar a mãe e a criança”, indica o presidente do Instituto da Segurança Social. A única condição é que as jovens continuem a frequentar a escola ou um curso de formação profissional.

O obstetra Miguel Oliveira e Silva acredita que as adolescentes que recebe são, regra geral, boas mães. E considera que aos 13 ou 14 anos as jovens “têm condições para ficar com as crianças”. Ainda que admita que possam não ser “as ideais”.

Já Edmundo Martinho entende que “nos casos em que a mãe adolescente tem uma retaguarda familiar que assegura uma maternidade acompanhada”, há condições para educar o recém-nascido. Também Duarte Vilar, director-executivo da APF considera que “o mais importante é o suporte familiar e emocional da jovem mãe”.

No entanto, os especialistas alertam para o facto de uma gravidez ser muitas vezes o único projecto de vida destas menores. “Para algumas adolescentes a ausência de outros projectos faz da maternidade um projecto facilmente aceitável”, alerta Duarte Vilar. Por isso, Miguel Oliveira e Silva acredita que “a melhor arma para evitar a gravidez na adolescência é ter ambição na vida e ter objectivos”.

Fonte: DN.

As férias estão mesmo a chegar e as dores de cabeça dos pais também. Quem lhes dera ter também dois meses e meio de descanso, como os filhos. Ou talvez não! A verdade é que para a maioria dos pais é impossível gozar as mesmas férias que os miúdos. Por isso, o melhor é procurar alternativas que não seja ficar em casa.

Depois de nove meses de aulas, é tempo de não fazer nada, aconselha a psicóloga educacional Maria Dulce Gonçalves, do centro de psicologia Lispsi, em Lisboa. “O tempo de férias é um tempo para saborear o não fazer nada, é tempo de recarregar baterias e retemperar ânimos para o próximo ano lectivo”, aconselha.

Os mais pequenos devem ter tempo e espaço para brincar, enquanto os mais velhos deverão poder fazer umas sestas, dormir até mais tarde depois de uma noitada. “É bom que as regras mudem radicalmente durante as férias para depois poder voltar à normalidade”, aconselha a especialista. A excepção confirma a regra, diz o ditado e pais e filhos podem cumpri-lo para fazer coisas diferentes e não cumprir horários.

Ainda as aulas não terminaram e já muitas escolas enviaram informação para casa dos pais, com as ofertas para ocupação dos tempos livres, durante o final deste mês e para o próximo. A praia é uma constante dos programas dos colégios e dos estabelecimentos de ensino das instituições particulares de solidariedade social, mas mais raras nas escolas públicas.

Em tempos de crise, o ideal é encontrar programas mais em conta. São muitos os municípios e as juntas de freguesia que oferecem programas. Estes não são gratuitos, mas pagos, por vezes, tendo em conta os rendimentos das famílias. Há autarquias que oferecem trabalho aos miúdos com 16 anos ou mais, por exemplo, para serem monitores dos mais pequenos. Existem ainda programas de voluntariado, para os adolescentes e jovens, óptimas alternativas para crescer em responsabilidade e ter o tempo ocupado.

Para os mais novos, o melhor é procurar outras ocupações onde possam aprender uma nova língua, melhorar os conhecimentos em ciências ou a matemática, descobrir como se cria uma máquina fotográfica, praticar novas modalidades desportivas ou, simplesmente, brincar.

Maria Dulce Gonçalves afirma que “em termos cognitivos, se verificam saltos muito grandes, quando as crianças voltam à escola”. Ou seja, ter experiências diferentes, contactar com outras pessoas, “é positivo”. No entanto, alerta, quando as férias são demasiado longas e sem horário, torna-se mais difícil regressar à normalidade. Por isso, quando as aulas estiverem quase a começar, é bom retomar os horários.

Cultura

O que é a tralha? Um conjunto desordenado de várias coisas mas também o ponto de partida para as oficinas Artes nas Férias no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. São quatro temas – entre Poesia com Tralha ou uma Oficina da Memória – para dez dias de actividades (de 22 a 26 de Junho e de 29 de Junho a 3 de Julho das 10h30 às 13h e das 14h30 às 17h). Para miúdos dos cinco aos sete e dos oito aos 12.

A que sabe o Oriente? A canela, açafrão, caril… No Museu do Oriente, em Lisboa, há oficinas para explorar, através de cheiros, sons, cores e sabores, as colecções do Museu. A aventura, que começa a 6 de Julho e termina a 28 de Agosto, é para miúdos dos seis aos 12.

No Museu Colecção Berardo, em Lisboa, brinca-se ao cinema (cada um pode ser actor, realizador ou maquilhador), habita-se o espaço do Museu e do jardim com a imaginação ou constrói-se um mundo novo (com maquetas, pinturas e esculturas), a partir da exposição do arquitecto Pancho Guedes. Para miúdos dos quatro aos seis e dos sete aos 12 e de 29 de Junho a 11 de Setembro.

Em Guimarães, no Museu de Alberto Sampaio, comemora-se o aniversário de D. Afonso Henriques e imagina-se que o rei regressa à cidade. A festa – com música, dança e teatro de sombras – está marcada para os dias 6 a 10 de Julho, das 10h às 12h e das 14h30 às 16h30 e é para jovens dos 12 aos 16.

Mais informações em http://www.ccb.pt (213612899), http://www.museudooriente.pt (213585299), http://www.museuberardo.com (213612879) e masampaio@ipmuseus.pt (253423910).

Teatro

Três sugestões em Lisboa para jovens artistas. No Teatro Bocage há Férias no Teatro com criação de uma peça e apresentação final a familiares e amigos (de 15 de Julho a 18 de Setembro das 9h às 18h). Na Act – Escola de Actores, realiza-se um workshop de teatro, voz e movimento para miúdos dos 12 aos 15 (de 22 de Junho a 10 de Julho). E a Tcharan! Eventos tem agendados dois ateliers – com jogos de expressão dramática, improvisação e interpretação – para crianças dos sete aos 13 (de 13 a 17 de Julho e de 7 a 11 de Setembro das 9h30 às 18h).

Mais informações em http://www.teatrobocage.com (912449909), http://www.act-escoladeactores.com (213010168) e http://www.tcharan.com (914107158).

Ar livre e desporto

No Oceanário de Lisboa as férias são sempre Debaixo de Água. E este Verão são também parcialmente ao ar livre, com passeios de barco (dos quatro aos seis anos) e canoagem (dos sete aos 12) às terças e quintas-feiras. Às sextas, passeia-se no teleférico e dorme-se com os tubarões e nos restantes dias resolvem-se mistérios na floresta ou cozinha-se no fundo do mar. As brincadeiras decorrem de 29 de Junho a 11 de Setembro das 9h às 18h e têm um preço de 40 euros por dia. No Jardim Botânico da Ajuda, a Pró Ambiente realiza mais um programa para crianças dos quatro aos 12, com jardinagem, oficinas de expressão plástica, jogos tradicionais e teatro. De 29 de Junho a 31 de Julho das 9h às 18h e com um custo de 175 euros para uma semana.

Mais a norte, em Guimarães, a Tempo Livre propõe para todo o Verão umas férias desportivas – para miúdos dos sete aos 14 – com futsal, basquetebol, golfe, natação, actividades equestres, bowling… Mas também com ateliers de pintura e projecção de filmes. Cada semana custa 30 euros.

Em Serralves, no Porto, os miúdos podem descobrir o que se esconde no meio da relva ou no cimo de uma árvore, conhecer os animais da quinta (Como comunicam entre si? Como se deslocam?) ou fazer corridas com barcos à vela. O programa de Verão, constituído por 20 oficinas, decorre no Parque e no Museu – entre 6 de Julho e 4 de Setembro das 9h30 às 12h30 e das 14h às 17h e para crianças dos seis aos 12.

Dois campos de férias em Vale de Lobo, no Algarve – de 3 a 7 e de 17 a 21 de Agosto das 9h às 12h -, é a proposta da Football By Carlos Queiroz. Aberto a “campeões” dos seis aos 16, inclui um torneio no Estádio do Algarve no último dia das actividades. O preço de inscrição – 350 euros – inclui um kit do Manchester United.

Mais informações em http://www.oceanario.pt (218917002), proambiente@sapo.pt, http://www.tempolivre.pt (253520300), http://www.serralves.pt (226156500) e http://www.footballby.net (ou 214161720).

Dormir fora de casa

Quatro sugestões para miúdos aventureiros e pais “liberais”. No Parque de Natureza de Noudar, na Herdade da Coitadinha, a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva realiza “o melhor campo de férias do ano”, com construção de hortas biológicas, vigilância de incêndios na torre, percursos pedestres e de BTT e esperas ao javali. Decorrre de 5 a 11 de Julho, é para participantes dos dez aos 15 anos e custa 280 euros.

No Parque Biológico de Gaia há quatro Campos de Verão – de 4 de Julho a 22 de Agosto – em regime residencial (275 euros) ou não (140 euros), para miúdos dos seis aos 15. E ainda diversas actividades para quem quer inscrever-se só um dia: à segunda descobre-se o parque, à terça cuida-se dos animais, à quarta fazem-se espetadas de fruta cobertas de chocolate…

Jogos na água, andar a cavalo, ateliers de pintura e dança, teatro e karaoke são algumas das actividades dos acampamentos de Belgais – Centro para o Estudo das Artes, perto de Castelo Branco. Estão marcados para as semanas de 29 de Junho a 3 de Julho e de 20 a 24 de Julho e alternam com oficinas em regime não residencial e que incluem visitas a aldeias histórias ou actividades no parque botânico.

Na Escola Ambiental Herdade das Parchanas, no Torrão, Alcácer do Sal, realizam-se colónias de férias de 21 de Junho a 5 de Setembro para miúdos dos sete aos 17 (250 euros por semana), com actividades ambientais, hípicas e desportivas.

Mais informações em http://www.parquenoudar.com (285950000), atendimento@parquebiologico.pt (227878137), http://www.citi.pt/belgais (272467680) e http://www.parchanasonline.com (213870966).

Aprender

Férias e matemática? Matemática e diversão? Coisas à primeira vista inconciliáveis, juntam-se nos vários Mathnasium – ou ginásios de matemática – espalhados pelo país. O conceito nasceu há 30 anos nos EUA e é agora aplicado em centros existentes na região de Lisboa (15), do Porto (cinco) ou em cidades como Braga, Bragança, Guarda, Portalegre ou Faro. No Mathnasium do Parque das Nações Sul (218966639), em Lisboa, os programas semanais de férias decorrem de 29 de Junho a 31 de Julho das 15h às 19h30 e são para miúdos dos 6 aos 15. No Mathnasium Parque da Cidade (226163934), no Porto, decorrem de 22 de Junho a 31 de Julho das 10h às 13h e das 15h às 19h. Tudo começa com um “plano de treino” definido para cada “aluno” e prossegue com actividades de matemática mas também com brincadeiras como origami, jogos de tabuleiro, experiências científicas ou aulas de capoeira.

E que tal aproveitar o Verão para aprender ou desenvolver uma língua estrangeira? Nos centros Helen Doron Early English, um método de ensino precoce da língua inglesa para bebés e crianças dos 3 meses aos 14 anos, há cursos de Verão quinzenais entre 22 de Junho e 11 de Setembro. São para miúdos dos quatro aos 14 anos e têm lugar nos centros de Lisboa (Lumiar, Parque das Nações e São Domingos de Benfica), Algés, Cascais e Malveira. Há ainda cursos de Verão de inglês no British Council em Lisboa, Miraflores e Parede e de francês na Alliance Française.

Mais informações em http://www.mathnasium.com.pt, lisbon@helendoron.com (217551870), http://www.britishcouncil.org/portugal e http://www.alliancefr.pt.

Ciência

As Férias com Ciência regressam ao Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, em Lisboa, com um campeonato de jogos matemáticos, um atelier de cinema, brincadeiras à volta de uma peça de teatro, de insectos e de bolas de sabão gigantes. As actividades têm lugar de 22 de Junho a 11 de Setembro das 9h às 18h e são para miúdos entre os seis e os 12 anos. Preços a partir de 40 euros por dia.

No Museu da Ciência da Universidade de Coimbra há programas de quatro dias dedicados a quatro temas – Geologia, Biologia, Matemática e Astronomia – e ainda um “mergulho” no mundo de Darwin – os livros que escreveu, o que descobriu, como foi a sua vida… As actividades 4 Dias, 4 Temas, que decorrem entre 23 de Junho e 28 de Agosto, são para crianças dos cinco aos sete (de manhã) e dos oito aos 12 (de tarde) e custam 30 euros. No Mundo de Darwin tem lugar entre 30 de Junho e 4 de Setembro.

Mais informações em http://www.pavconhecimento.pt (218917100) e http://www.museudaciencia.pt (239854350).

À borla

E ainda algumas dicas e sugestões sobre actividades gratuitas em tempo de férias – e de crise. O Ciência Viva ainda não divulgou o programa completo para 2009 mas já se conhecem algumas iniciativas: no Pavilhão da Água, no Porto, haverá nos dias 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de Julho saídas de campo para análise da água do lago do Parque da Cidade, seguidas de análises microbiológicas da água recolhida (inscrição pelo telefone 808200205). É bom ficar atento ao site http://www.cienciaviva.pt a partir do início de Julho.

Em Lisboa, as bibliotecas municipais preparam um programa de Verão que inclui sessões sobre como fazer um blogue (dias 23 e 24 de Julho e 27 e 28 de Agosto na Biblioteca Natália Correia) ou sobre como viajar pela Internet (dias 14 e 16 de Julho e 11 e 13 de Agosto na Biblioteca David Mourão Ferreira). E ainda horas do conto, um ciclo de cinema, ateliers e visitas guiadas. Mais informações no site http://blx.cm-lisboa.pt e inscrições pelo telefone 213567800.

No Padrão dos Descobrimentos, há oficinas musicais – Do Fundo do Baú – sobre gaitas-de-foles. Realizam-se nos dias 29 e 30 de Junho e 1 e 2 de Julho (dos seis aos dez) e também dia 3 de Julho (dos dez aos 14). Inscrições pelo telefone 213031950.

Fonte: Público.

Mais de 200 milhões de crianças continuam a ser forçadas a trabalhar diariamente no Mundo, alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), salientando que “três em cada quatro desses menores estão expostos às piores formas de exploração laboral – tráfico humano, conflitos armados, escravatura, exploração sexual e trabalhos de risco, entre outros-, actividades que “prejudicam de forma irreversível o seu desenvolvimentos físico, psicológico e emocional”.

Na mensagem divulgada no âmbito do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que se assinala hoje, a OIT afirmou que este ano as comemorações vão dar ênfase aos desafios no combate ao trabalho infantil, sobretudo aquele tipo de trabalho que envolve raparigas; discutir o impacto que a crise económica mundial pode ter no agravamento deste flagelo e enfatizar o papel fundamental da educação na solução do problema.

A OIT defende que a “abolição efectiva” da exploração laboral das crianças – “são privadas de direitos básicos, como educação, saúde, lazer e liberdades individuais” – é um “mais urgentes desafios do nosso tempo”. Por isso, as comemorações marcam também a adopção da simbólica Convenção n.º 182 da OIT sobre a proibição das piores formas de trabalho infantil.

Fonte: JN.

Pelo menos 41 mulheres foram assassinadas em 2008 em Portugal pelos companheiros, anunciou hoje a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), defendendo que este tipo de crime deve ser analisado separadamente no relatório de Segurança Interna.

De acordo com dados de um relatório da UMAR, elaborado com dados da imprensa e entregue hoje no Ministério da Administração Interna, em 82 por cento de 46 homicídios contabilizados o homicida foi o “outro membro ou ex-membro do casal”, fosse em situação de casamento, união de facto ou namoro.

“Este número assustador e trágico, que peca por defeito”, devia ter sido tratado separadamente no Relatório Anual de Segurança Interna, considera a UMAR, argumentando que incluí-lo no universo de todos os homicídios cometidos “leva à incompreensão deste especialíssimo fenómeno criminal”.

O “homicídio perpetrado contra mulheres por maridos, companheiros e namorados” precisa de ser “invertido drasticamente”, o que passará por individualizar estes crimes nas estatísticas e fazer um “alerta social enviado pelos poderes públicos à sociedade que somos e que deve conhecer-se numa das suas mais profundas patologias”, defende a UMAR.

O relatório de Segurança Interna referente a 2008 contabilizou dez casos de morte por violência doméstica, situações em que as mulheres morreram em consequência das agressões sofridas. Com os dados recolhidos na imprensa do ano passado, a UMAR traça um cenário bem mais grave: 41 mulheres mortas pelos companheiros em situações de violência conjugal, a que acrescem seis familiares – filhos, pais ou outros – também assassinados.

Em 28 dos casos, o assassino foi o companheiro da altura, fosse marido ou namorado, enquanto em 13 dos crimes, o homicida foi o ex-companheiro. Em cinco situações elencadas, o agressor era descendente directo, familiar ou desconhecido. A maioria das vítimas (20) tinha entre 24 e 35 anos. Quanto aos agressores, a maioria tinha entre 36 e 50 anos.

Fonte: Público.

Ser mãe é a possibilidade de experimentar em dobro a mesma vida, é voltar para a infância não sendo mais criança, voltar para a adolescência não sendo mais adolescente. Quem já não teve o sonho de repetir o passado? Mãe aperfeiçoa seu desejo e até melhora a memória que julgava encerrada.

Todos sabem que uma vez o corpo habitado, o ventre povoado, o amor faz cidade. Mas não vou falar do barulho bom da chuva nas calhas. Talvez tenha que cuidar das infiltrações pela casa.

Vou direto ao ponto: maternidade não pode servir como desculpa. Muito menos como perdão para não correr riscos.

Minha mãe argumentava que não casou novamente para cuidar dos filhos. Ela se separou aos 40 anos, na efervescência da idade. Pretendentes batiam à porta com serenatas, flores e bombons, recorrendo a cortejos desesperados. Eu atendia a campainha com pena da performance em vão dos seus apaixonados.

Juro que não merecia receber essa culpa. Ela avisava que os filhos eram ciumentos e não admitiriam um segundo casamento – nunca testou a tese. Cansei de ouvir que não desfrutava de condições de sair à noite para cuidar da prole… já adulta. Transferia a decisão para os nossos ombros.

Não deve ser sadio para um filho carregar o estigma de que demitiu sua mãe do futuro amoroso. De que é o responsável por complicar seus relacionamentos e adiar namoros e viagens.

Estou exagerando?

Tenho uma amiga linda, jovem e profissional reconhecida, que aceita os convites para festas, cafés e jantares com facilidade. Estranho sua rapidez afirmativa. Quem diz sim no aceno dirá não com um longo aperto de mão.

No momento que é convidada, responde com entusiasmo de acampamento de escola. Solta um viva, um urra, um não acredito impregnado de presságios. Parece que estava esperando ansiosamente o chamado.

Pena que desmarca na última hora com um telefonema sussurado, constrangido e pesado de juras por uma próxima chance. Entendo o que passa em seu assoalho, aceita de pronto e demora semanas sondando uma maneira de cancelar o encontro e não ferir expectativas. Sempre vai ferir seu orgulho.

A desculpa dela é igual há 14 anos, desde que seu filho nasceu: Theo tem alguma coisa que a impede de se divertir, ou uma doença, ou não há com quem ficar ou tem aniversário ou está mal na escola. Foram centenas de motivos, dos tradicionais aos mais irreverentes. Acredito que ela perde mais tempo elaborando justificativas do que se comparecesse aos compromissos.

Theo pouco prevê que paga a conta pelos cancelamentos sucessivos de sua mãe. Muitos imaginados e inventados, longe da realidade. Ela o cria com perfeição, o problema é que se esconde na maternidade para não criar a si mesma.

Maternidade não é renúncia, é aceitação de que o filho não é tudo, não é um fim, é o nosso recomeço.

Fonte: Fabrício Carpinejar, Crescer, via Pavablog.